MEU PRIMEIRO LIVRO - #Improdutividade...

 [...] Não vos digo o que fazer, pois não sou dono da razão. Aprendi com os meus erros e assim vou prosseguir. [...] – Del Lima Jr. sgok, 2004.

Olá,
Estou escrevendo avidamente todos os dias e é evidente que nem tudo sai como eu quero, mas às vezes é pior, não sai nada... E foi em meio a esses momentos de nada, que aconteceu um episódio que compartilho contigo agora.

***

IMPRODUTIVIDADE - Del Lima Jr.

Sábado, 10:41 – O relógio, em sua singela função de situar onde me encontro nesta imprevisível e contínua esteira da vida conhecida como tempo, acusava que jazia pouco mais de sessenta minutos que dedicava de meu tempo, defronte o notebook com os dedos pipocando em teclas aleatórias em busca de palavras, frases, que possam materializar os pensamentos, as ideias, os devaneios, em consistentes e crescentes páginas de meu livro.

Cada minuto que passava sem nem sequer uma palavra a mais, florescia em mim uma angustia, e uma irritante sensação de perda de tempo, que poco a poco ia crescendo e transmutando-se em uma anestésica paralisia do meu ócio criativo, e a ideia mais brilhante que me surgiu, foi mergulhar numa xícara de café em busca de sossego e inspiração.

E não é que funcionou. Depois disso recai em mais uma reflexão.

Criei em minha mente a ilusória sensação de que o tempo produtivo é o tempo em que estou ocupado com movimentos, ou seja, ativo em uma frenética repetição de escalas, arpejos, frases, ou imerso no árido solo da criatividade em busca de um livro, vulnerabilizando-me a este progressivo e insensível ostinato das horas, que meu incansável relógio insiste em me elucidar.

Percebi, que o tempo é o nosso maior e inestimável ativo, e que o uso do tempo só tem sentido quando também é nutrido com as coisas que aparentemente julgamos frívolas, como tomar um café olhando pela janela a arquitetura dos prédios vizinhos, caminhar pelos quarteirões do bairro sem pressa para voltar, ouvir uma música, uma sinfonia, deitado em sua cama no aconchego de seu quarto, fazer carinho no seu gato na hora em que ele menos quer. Ir ao supermercado assim que ele abre, tomar um mate amargo as 06:30 da manhã ouvindo alguma rádio de sua cidade ou região, de preferência AM, ligar para seu melhor amigo simplesmente para saber o que ele anda aprontando, almoçar num restaurante diferente, mesmo que este seja um pouco mais longe ou um pouco mais caro, ser o primeiro a chegar, ou o último a sair do trabalho só para desejar aos colegas ‘Boa dia!’, ou ‘Boa noite!’.

Enfim, a lista daquilo que julgamos fútil ao dia é provavelmente ilimitada, e colide com o sutil conceito do que é produtivo. Não quero classificar certo ou errado, apenas salientar que as melhores experiências que tive foram aquelas em que o meu relógio, a meu ver prematuramente anunciou-me o fim, e foram nesses momentos de improdutividade onde encontrei o que precisava para a posteriori vir a produzir.

Não vos digo o que fazer, pois não sou dono da razão, mas celebrar a vida é gozar de tempo, e essa é uma questão extremamente individual e correspondente a sonhos e objetivos individuais, mas cuidado: Quando na maior parte do dia, da semana, do mês, sua resposta a pequenos convites “frívolos” for ‘não tenho tempo’, provavelmente, este seja o momento mais que propicio para rever seus movimentos, e regozijar-se com ‘improdutividades produtivas’.

***

Obrigado por você estar comigo nesta jornada, sua visita, sua leitura e seu comentário é muito importante para mim... Muito obrigado mesmo!
Espero vê-lo semana que vem novamente. Até o próximo post!
Um caloroso abraço fraternal,
Del Lima Jr.

OMNE EST VALIDUM

OMNE EST IN VOBIS

5:1