Olá,
Há exatamente
uma semana assumi o compromisso contigo, de publicar um texto toda segunda-feira
para compartilhar-lhe os galgares do meu primeiro trabalho literário, pois
bem, aqui estou.
Recebi
muitos comentários nessa semana, e estou muito contente em saber que há um
bocado de pessoas interessadas em conhecer mais sobre meu livro, mas principalmente,
apoiando este auspicioso projeto. Saiba mais
Ainda não
tenho título, enredo, personagens, trama, nem nada do tipo, o que tenho é
apenas o veemente desejo de escrever um livro e algumas crescentes páginas de
ideias e esboços... Abaixo segue um deles, que a priori intitulei como "soprar o tubo".
***
SOPRAR O TUBO - Del Lima Jr.
O tubo,
eternizado por Mozart como mágico, continha-se silenciosa em sua escura e
apertada caixa a qual repousava sobre a mesa da cozinha.
Minutos
depois de uma refeição vespertina combinada de banana, biscoitos e café. Agora,
encontrava-me escovando os dentes para proporcioná-la a mim, mais um dia de
ensinamentos.
Ao montar minha flauta e organizar meu material de estudo, preparava-me mentalmente para começar a soprar um si natural, bem como o professor Moyse nos orientou a começar o estudo indicado na sexta página de seu livro de 1934 “De la sonorite”, quando num pequeno estalo de epifania, meus pensamentos titubearam pelo limbo das minha reflexões cotidianas, e parei a observar a flauta em minha mão.
Pus-me em posição de tocar e fiquei me olhando em frente ao espelho. Silêncio. Nada, além disso. Num instante deixei que entrasse uma pequena coluna de ar, tão pequena que o som que a flauta soou, mal eu, consegui ouvi-la.
Ao montar minha flauta e organizar meu material de estudo, preparava-me mentalmente para começar a soprar um si natural, bem como o professor Moyse nos orientou a começar o estudo indicado na sexta página de seu livro de 1934 “De la sonorite”, quando num pequeno estalo de epifania, meus pensamentos titubearam pelo limbo das minha reflexões cotidianas, e parei a observar a flauta em minha mão.
Pus-me em posição de tocar e fiquei me olhando em frente ao espelho. Silêncio. Nada, além disso. Num instante deixei que entrasse uma pequena coluna de ar, tão pequena que o som que a flauta soou, mal eu, consegui ouvi-la.
Preparei
minha boca, da mesma forma que sempre a posiciono para tocá-la e então, soprei
com firmeza, preenchendo todo o tubo, resultando no mais simples e direto
discurso que a flauta poderia me dizer naquele momento.
Eu converso com a flauta todo dia, e ela me ensina que tudo que eu preciso fazer, é soprar o tubo. Quanto mais de mim eu dou, mais dela, ela me dá.
O sopro, o dançar dos dedos, a coesão de um fraseado lírico, mas imponente em sua expressão, a precisão dos saltos, que ligado a uma nota grave pula direto para as notas mais agudas a uma velocidade que quase se passa despercebidas, se não fosse o vigor e a homogeneidade com que elas acontecem. Estes são resultados de horas de diálogos diários com a flauta, diálogos estes, que nem sempre gostamos do que ouvimos, mas sim o que precisamos, e por mais árduo que sejam esses diálogos, os resultados são proporcionais aos sacrifícios e a persistência neles depositado.
Por fim, concluo parafraseando uma conhecida analogia: Para se chegar ao cume da escadaria mais alta, tudo que se precisa fazer é começar a subir o primeiro degrau, neste caso, para se chegar ao cume da alta performance, o meu primeiro passo é: Soprar o tubo.
Eu converso com a flauta todo dia, e ela me ensina que tudo que eu preciso fazer, é soprar o tubo. Quanto mais de mim eu dou, mais dela, ela me dá.
O sopro, o dançar dos dedos, a coesão de um fraseado lírico, mas imponente em sua expressão, a precisão dos saltos, que ligado a uma nota grave pula direto para as notas mais agudas a uma velocidade que quase se passa despercebidas, se não fosse o vigor e a homogeneidade com que elas acontecem. Estes são resultados de horas de diálogos diários com a flauta, diálogos estes, que nem sempre gostamos do que ouvimos, mas sim o que precisamos, e por mais árduo que sejam esses diálogos, os resultados são proporcionais aos sacrifícios e a persistência neles depositado.
Por fim, concluo parafraseando uma conhecida analogia: Para se chegar ao cume da escadaria mais alta, tudo que se precisa fazer é começar a subir o primeiro degrau, neste caso, para se chegar ao cume da alta performance, o meu primeiro passo é: Soprar o tubo.
***
Um caloroso abraço fraternal,
Del Lima Jr.
OMNE EST VALIDUM
OMNE EST IN VOBIS
5:1
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