14 de abril de 2014

MEU PRIMEIRO LIVRO - #Extraordinário...



Olá,
Até o presente momento estou honrando com a assiduidade que almejei, o compromisso de toda segunda-feira ter um texto novo aqui no blog, onde compartilho contigo rápidas e diminutas peripécias desta jornada literária que resolvi iniciar agora, no auge dos meus 28 anos. Tudo isso está sendo uma experiência maravilhosa, mas o mais formidável mesmo é o respaldo que estou tendo, com as pessoas me perguntando sobre o livro, comentando, compartilhando, e participando veementemente na construção deste humilde, porém ousado tentame literário.

Você que está acompanhado semanalmente os posts, já percebeu o caráter reflexivo de meus textos, e isto é reflexo de como vivo e observo os dias que se passam defronte nossos olhos, que por vezes, focados no egocêntrico êxito de mais um dia de labuta, não percebemos as coisas extraordinárias da vida em nosso cotidiano... Eu tinha outro texto para publicar hoje, mas abruptamente fui acometido a devanear sobre o venerado estado do extraordinário.
 

***

EXTRAORDINÁRIO - Del Lima Jr.

Domingo, (13/04/14) por volta das 13:38 – ficamos sem luz, todo o quarteirão; as velas anunciaram a entrada da noite e alarmavam a demora de seu retorno. Nossa! Como somos dependes da energia elétrica. E foi no meio da tarde, olhando pela janela de minha cozinha as árvores que ao horizonte mesclavam-se entre árvores do bairro e árvores do campus da UFSM, sob um céu azul timidamente pronunciado por detrás de pomposas nuvens brancas, que me peguei em contemplação...

Eu moro em Santa Maria desde Agosto de 2009, e muitos sacrifícios foram feitos antes e depois de vir morar aqui, assim como você certamente teve que fazer para estar onde se encontra agora lendo este texto, e isso não nos torna mais insignificantes ou menos extraordinários. Agora, no momento em que escrevo, já era para eu estar focado na próxima etapa de um recém-formado em um bacharelado em flauta pela universidade pública brasileira que estudo, mas não estou, pois minha formatura foi protelada para o final deste ano. Nisso, não há nada de extraordinário.

Neste momento, lembrei-me de amigos que vivem no exterior galgando a títulos acadêmicos superiores a de um graduado, lembrei-me de amigos que acabaram de voltar de Londres ou Paris, não sei bem ao certo, lembrei-me de amigos que ainda estão pela Europa, lembrei-me de amigos que viajam pelo Brasil num ritmo tão acelerado quanto a de um chefe de estado, e foi nesse momento que pensei seriamente. – O que tem minha vida de extraordinária?
Nada! .Respondi para eu mesmo como que um grito em minha mente.

Espera. Antes, uma xícara de café...

Mais uma vez, a xícara de café mostrou-me uma luz, e falando em luz, o clarear das velas agora, cederam seu lugar novamente para as lâmpadas de meu módico apartamento.

Uma vida extraordinária: O que é isso, e o que importa? Vivemos em busca de experiências excitantes e inesquecíveis, numa substancial crença de que estas tornarão nossas vidas extraordinárias; Está certo, mas não se trata apenas de você estar em algum país Europeu, ou estar viajando intensamente Brasil afora, gozando do emprego que lhe proporciona uma estabilidade financeira com fartos cinco dígitos mensais, mas que eventualmente aprisionam alguns desejos já ofuscados dentro de seu arquétipo.

Na janela, entre o (ainda) tímido céu azul e a xícara de café, eu buscava encontrar saber qual o extraordinário em minha vida, e ali estava a resposta: Exatamente aquele momento... Despreocupado com a segunda-feira que estava por vir, e sim presente em mais um Domingo, junto de quem eu amo, na cidade em que escolhi estar, para buscar o que acredito ser um suporte importante para a minha carreira de flautista, trabalhando com o que eu quero e adoro incondicionalmente, construindo dia após dia uma sólida edificação que outrora existia apenas em meu arquétipo, mantendo-as viçando sem pretextos nem falsos argumentos, refinando-as com a persistência e a disciplina mínima para se chegar lá, no extraordinário da vida comum, quiçá seja esse o segredo, quiçá seja apenas um afago, não sei... Eu realmente não sei, e aqui, findo este texto parafraseando Carl Sagan, afirmando que tanto o insignificante quanto o extraordinário são arquitetos do mundo.
 

***

 
(Da janela de minha cozinha)

Mais uma vez, muito obrigado por você estar comigo nesta jornada, sua visita, sua leitura e seu comentário é muito importante para mim... Muito obrigado mesmo!
Espero vê-lo por aqui semana que vem novamente. Até o próximo post!
Um caloroso abraço fraternal,
Del Lima Jr.


OMNE EST VALIDUM
OMNE EST IN VOBIS
5:1

Nenhum comentário: