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Olá,
Eu estou escrevendo um livro, e toda segunda-feira eu publico algo referente a este meu tentame literário... No texto de ontem, expressei em poucas palavras a visão que tenho na construção deste projeto. Pois bem, na verdade eu gostaria de ter postado este texto aqui, mas infelizmente só consegui finalizá-lo por volta das 2:00 A.M
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***
RENDEU - Del Lima Jr.
Segunda-feira
– 20:31 – na parada de ônibus, em um diminuto comentário sobre meus textos, o
violista do quarteto compartilhou para com nossa amiga violinista (que não faz parte do quarteto) a
seguinte frase, referindo-se ao nosso ensaio que jazia pouco mais de 20 minutos:
“Hoje não rendeu!”.
Cheguei à escola de música da UFSM por volta das 18:33 – Tirando o fato do ensaio, excepcionalmente hoje, sofrera o adiamento de meia hora, tudo indicava mais um trivial dia de ensaio.
Lá vamos nós, ao entrar na sala e me deparar com as estantes de partitura do violoncelista e do violista montadas, já podia prever mais um produtivo ensaio. Como de costume, o som das vozes preenchia a sala com piadas e diálogos contíguos, enquanto eu e o violinista montávamos nossas estantes; em seguida que montei minha flauta, afinamos, e finalmente, estávamos prontos para continuar a trabalhar o quarteto de Mozart para flauta e trio de cordas. – na ocasião, retomaríamos com o segundo e terceiro movimento (adágio e rondó) do quarteto em Ré maior K285.
Tocamos uma vez... Paramos para comentários, algumas anedotas, algumas combinações de dinâmica, acentuações, andamento, alguns devaneios, mais combinações, arcadas, pizzicato, ralentando, algumas risadas, e voltamos a tocar, paramos novamente, e por aí foi...
Em meados do ensaio, bocejos e colunas arqueadas indicavam um súbito declínio no rendimento do ensaio, que contrastavam com a voraz energia com que o violinista apresentava. De um modo geral, o som do quarteto estava soando bem, mas a repetição de certos trechos em busca de lapidar os discursos musicais, estava catalisando uma fadiga que noutros ensaios não havia se proliferado... Eis que veio a frase: “Hoje não tá rendendo!” e que comungada por todos naquele momento, prenunciou o fim do ensaio.
Saímos da escola de música da UFSM em direção à parada de ônibus, e eu fiquei cá com meus botões, será que não rendeu mesmo? – E é claro que não rendeu!
Ao ritmo dos passos que me conduziam até em casa, germinava discretamente em meio a vários pensamentos, mais um devaneio...
Cheguei à escola de música da UFSM por volta das 18:33 – Tirando o fato do ensaio, excepcionalmente hoje, sofrera o adiamento de meia hora, tudo indicava mais um trivial dia de ensaio.
Lá vamos nós, ao entrar na sala e me deparar com as estantes de partitura do violoncelista e do violista montadas, já podia prever mais um produtivo ensaio. Como de costume, o som das vozes preenchia a sala com piadas e diálogos contíguos, enquanto eu e o violinista montávamos nossas estantes; em seguida que montei minha flauta, afinamos, e finalmente, estávamos prontos para continuar a trabalhar o quarteto de Mozart para flauta e trio de cordas. – na ocasião, retomaríamos com o segundo e terceiro movimento (adágio e rondó) do quarteto em Ré maior K285.
Tocamos uma vez... Paramos para comentários, algumas anedotas, algumas combinações de dinâmica, acentuações, andamento, alguns devaneios, mais combinações, arcadas, pizzicato, ralentando, algumas risadas, e voltamos a tocar, paramos novamente, e por aí foi...
Em meados do ensaio, bocejos e colunas arqueadas indicavam um súbito declínio no rendimento do ensaio, que contrastavam com a voraz energia com que o violinista apresentava. De um modo geral, o som do quarteto estava soando bem, mas a repetição de certos trechos em busca de lapidar os discursos musicais, estava catalisando uma fadiga que noutros ensaios não havia se proliferado... Eis que veio a frase: “Hoje não tá rendendo!” e que comungada por todos naquele momento, prenunciou o fim do ensaio.
Saímos da escola de música da UFSM em direção à parada de ônibus, e eu fiquei cá com meus botões, será que não rendeu mesmo? – E é claro que não rendeu!
Ao ritmo dos passos que me conduziam até em casa, germinava discretamente em meio a vários pensamentos, mais um devaneio...
Numa
perspectiva estritamente musical vejo que o rendimento de um ensaio, próximo do
ideal, está calcado na satisfação dos galgares e do refinamento da execução e
interpretação da obra estudada, na transmutação instrumental dos melismas e
nuances que outrora fora cautelosamente combinado, no entrosamento harmônico e
fraseológico que se convertem em abstratos e profundos discursos musicais, e o principal,
quando tudo isso está entendido e apreciado por todos; portanto, é evidente que
diante desse panorama, o ensaio não rendeu! E aqui, concluo acrescentando a
ressalva de que o comprometimento em estar dando o nosso melhor num trabalho, mesmo
opulentos em fadiga, trouxe à orla de minha consciência, a lucidez de que
poderíamos sim, ter “rendido” muito mais, mas que mesmo assim não deixamo-nos
render; e ludibriando com avidez o desalento enfado do cotidiano, continuamos
o trabalho em busca de desvelar os esforços em prol de nossos anseios.
***
Mais uma vez, muito obrigado pela sua visita e até semana que vem!
Um caloroso abraço fraternal,
Del Lima Jr.
OMNE EST VALIDUM
OMNE EST IN VOBIS
5:1
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