7 de abril de 2014

MEU PRIMEIRO LIVRO - #Tatuagem...

  [...] Não vos digo o que fazer, pois não sou dono da razão. Aprendi com os meus erros e assim vou prosseguir. [...] – Del Lima Jr. sgok, 2004.

Olá,
Tudo bem? Esta semana foi um pouco atípica, pois alguns eventos conduziram-me a reconfigurar as estruturas disciplinares dos meus hábitos diários, noutras palavras, não consegui realizar tudo que planejei com a perspicácia que quis, tampouco deixei de fazê-las. Mas vamos lá, como de costume, estou realizando mais um post com um pouco dos meus devaneios, e o texto que compartilho contigo aqui, é o extrato fiel desses momentos.

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TATUAGEM - Del Lima Jr.

Quinta-feira, 21:30 – Eu já havia sido liberado do ensaio da orquestra a uma hora atrás e somente agora me aproximava da parada de ônibus, para dali uns quarenta minutos estar sob as águas reenergizantes de mais uma ducha noturna.

No caminho até a parada de ônibus, naquela caminhada de no máximo treze minutos, debaixo do negro véu enfeitado de estrelas, subíamos nós três a avenida, devaneando com minha amiga que acabara de me vender sua flauta, e nosso amigo em comum que assim como eu, também comunga do aperfeiçoamento musical através do suporte de uma universidade.

Há poucos metros da parada de ônibus, já podia prever mais um ônibus lotado de volta para casa, e no meio do meu pensamento profético fui interrompido com a retórica pergunta. – Del, posso te fazer uma pergunta?
- Diga lá. Disse eu.
- Quando você fez tua tatuagem, você não ficou preocupado com emprego?
- Não. Falei sem titubear num tom sereno e com um disfarçado sorriso no rosto.

Dali em diante, evidentemente começou mais uma série de reflexões e devaneios, da qual, me detenho aqui em compartilhar contigo apenas o que me acompanhou na maior parte do sacolejar do ônibus, que erroneamente prenunciado por mim, não estava lotado.


- Quando você fez tua tatuagem, você não ficou preocupado com emprego?

A tatuagem não é o “X” da questão, mas a pergunta fez-me refletir sobre o posicionamento pessoal do oficio que se quer seguir. Não vejo a tatuagem como um catalisador de credibilidade para um rockstar, tampouco o deslustramento de um contador, médico ou gerente de uma empresa multinacional por tê-la. E é neste ponto, que volto a repetir que minha reflexão não é sobre tatuagem, mas sim, o ofício que se quer seguir.

Eu nunca busquei um emprego, nem nas situações mais dramáticas dos meus dez anos de vida adulta. Sem querer parecer jocoso, esta foi uma verdade que se desabrochou em minha mente de forma singela, rápida, e muito lúcida.

Eu não quero dizer que é errado pensar em buscar um emprego, até porque no resultado da equação de um discurso ou de um formulário, para qualquer atividade que você desenvolva, a frase interrogativa para descrever seu status é: “Qual seu emprego?

Neste ponto, comecei a me lembrar de pessoas cujos moldes de seus currículos estão alicerçados nas perspectivas de seu futuro chefe/emprego, ou, lastimavelmente no suporte social proporcionado pelo status deste ofício, ignorando suas habilidades, seus sonhos íntimos e talvez mais prazerosos, por estar preso e condicionado pelos paradigmas econômicos da estabilidade financeira, ou simplesmente pela insegurança de adentrar no mundo dos imprevisíveis resultados, porém, de imensuráveis satisfações.

Dito isto, penso que a intervenção que obstrui essas perspectivas é tênue, e encontra-se no sutil direcionamento em que você injeta sua dose diária de paixão... Fonte de inesgotável entusiasmo, a paixão, para mim, é como uma lanterna em uma escura caverna, a qual, por mais que você se sinta demasiado desestimulado, possibilita enxergar o ‘onde’, e o ‘por que’ devemos e queremos dar o próximo passo.

Eu nunca busquei um emprego, e esse também não é o “X” da questão.
Realizar sonhos é o “X” da questão, buscar um trabalho que lhe faça crescer e ser feliz é o “X” da questão, contribuir para com o meu superior, para com os meus subordinados, para com a sociedade, para comigo mesmo.
O “X” de toda essa questão, é não privar-se das indescritíveis alegrias, das imensuráveis contribuições, do extraordinário sentimento de missão cumprida, e do inexplicável desejo de querer fazer tudo de novo amanhã, porque a paixão está canalizada no refinamento de seu trabalho e não na coleção de meses em um emprego que, talvez, outrora lhe privou uma tatuagem.

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Obrigado por você estar comigo nesta jornada, sua visita, sua leitura e seu comentário é muito importante para mim... Muito obrigado mesmo!

Antes de dar tchau, quero lhe convidar para conhecer minha nova seção aqui do blog. São os podcasts LEIA COMIGO, onde além de ler contigo o texto, vou compartilhar curiosidades do meu livro.

Espero vê-lo semana que vem novamente. Até o próximo post!
Um caloroso abraço fraternal,
Del Lima Jr.


OMNE EST VALIDUM
OMNE EST IN VOBIS
5:1

2 comentários:

Pietro Marchiori (Kyte) disse...

Fode, sim! Vou fazer a tatuagem hahahahahah

Del Lima Jr. disse...

Tá certo, Pietro!
Manda brasa na tattoo...

Abraço forte,
Del Lima Jr.